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Ao topo do Olimpo

  • Foto do escritor: andre hermeto
    andre hermeto
  • 31 de out. de 2023
  • 12 min de leitura

Atualizado: 16 de nov. de 2023

A ascensão da natação belorizontina, do primeiro Olímpico ao status de potência nacional no esporte


Minas Gerais tem hoje um histórico de 31 nadadores que conquistaram a glória do sonho olímpico, seja por atletas nascidos no estado ou competindo por seus clubes. Desde as Olimpíadas de Moscou em 1980, o estado colocou pelo menos um representante nos Jogos Olímpicos em todas as edições disputadas. Mas antes disso, houve um hiato de 28 anos entre a primeira aparição de um atleta mineiro e a sequência que se iniciou na então capital soviética. O responsável por essa participação foi Fernando Pavan, em 1952, em Helsinque.


Entre todos os esportes, Fernando foi o primeiro atleta do Minas Tênis Clube a participar de uma edição olímpica. Na época, era comum que os sócios do clube disputassem diversas modalidades; o atleta era inclusive mais conhecido como jogador de vôlei, mas o esporte só passou a figurar no cardápio olímpico em 1964. Ainda assim, Fernando foi a primeira “super-estrela” da natação belorizontina, personificando o surgimento e evolução do esporte na cidade.


Seleção Brasileira de Natação nas Olimpíadas de Helsinque, em 1952. Fernando Pavan é o último a direita. Fonte: Acervo do MTC


Em 1940, competindo na categoria petiz, ele já figurava nos pódios das competições metropolitanas como nadador do América. A ascensão do Minas como uma potência nacional para atletas de base e a presença de Carlos Campos Sobrinho - um dos grandes técnicos de natação do país - durante o período acabou tornando o clube o principal destino para jovens nadadores. No ano seguinte, Fernando se tornou um “Minas Boy” (apelido reservado aos frequentadores mais assíduos do clube) e continuou sua trajetória pelas categorias de base, conquistando títulos e recordes a cada ano, sendo penta-campeão sulamericano, e 13º colocado nas Olimpíadas de Helsinque.


Por mais que o feito do clube de colocar um atleta nos Jogos com apenas 15 anos de existência pareça rápido, essa conquista poderia ter ocorrido ainda antes, não fosse a paralisação do evento durante o período da segunda guerra. Em 1940, Sieglinda Lenk, irmã de Maria Lenk, era vice-campeã brasileira nos 200m costas pelo MTC, e já havia participado das Olimpíadas de Berlim 4 anos antes. Já em 1944, a equipe feminina, que havia sido campeã nacional, contava com estrelas como Helena Amaral, vencedora dos 200m peito na edição e que poderia brigar por uma vaga olímpica, embora tivesse que disputar contra a recordista mundial da época Maria Lenk, que não competiu no campeonato nacional.


Recorte do Jornal "A Gazeta" sobre o campeonato brasileira de 1944. A equipe feminina de Minas se sagrou campeão. Fonte: Acervo do MTC.


Após sua maior conquista como atleta, Fernando Pavan não se classificou para as edições seguintes dos jogos, e a natação belorizontina entrou em um período modesto de conquistas após o início promissor dos primeiros anos de existência. A principal competição nacional da atualidade, promovida pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), o Troféu Brasil de Natação, ou Troféu Maria Lenk, teve início no ano de 1962. Nesse momento, com uma maior quantidade de clubes federados, as equipes passaram a ser divididas de forma individual, e não mais por federações. O Minas Tênis Clube demorou 26 anos para conquistar seu primeiro título, em 1988. Com a exceção da ausência de títulos e presença em Jogos Olímpicos, são poucas as evidências para classificar o desenvolvimento da cidade em relação a natação no período; isso por que, de acordo com uma das representantes da Federação Aquática Mineira, Mafalda Gomes, uma boa quantidade de documentos da década de 1950/60 foram perdidos devido ao alagamento de um galpão no Bairro da Lagoinha, em 1969, onde eram armazenados arquivos da Federação Aquática Mineira (FAM).


A “DÉCADA GANHA” DA NATAÇÃO BELORIZONTINA


Se a década de 1980 é considerada a “Década Perdida” no contexto econômico da América Latina, para a natação profissional em Belo Horizonte esse apelido não poderia ser mais inadequado. Durante 28 anos Belo Horizonte não entregou um representante as Olimpíadas, e em 1980, Marcus Mattioli quebrou esse tabu não apenas participando dos Jogos, mas ganhando a primeira medalha da história da natação belorizontina e mineira, dando início a um novo período de prosperidade para o esporte na cidade; período esse que pode se dizer que dura até os dias atuais.


Mattioli fez parte de uma geração minas tenista repleta de talentos individuais, mas que ainda assim demorou alguns anos para atingir o tão sonhado título brasileiro absoluto. Se na década de 1940, a contratação de um técnico experiente como Carlito foi necessária para elevar a natação de base do clube, o gatilho necessário para a equipe profissional na década de 1980 foi o projeto da diretoria em realizar um intercâmbio anual de técnicos com as escolas norte-americana, soviética e alemã. O projeto se tornou viável financeiramente após, em 1986, o clube fechar um contrato com a Cotia Trading, empresa de comércio de exportação e importação, para patrocinar o programa de natação.


Jornal do MTC em 1986. Anúncio do patrocínio da Cotia Trading. Fonte: Acervo do MTC

Em 1987, o americano Steve Betts foi anunciado como o novo técnico de natação da equipe ‘1’ do Minas. Betts foi campeão estadual por quatro anos consecutivos pelo Novo México, nos Estados Unidos, e há 10 anos treinava a equipe do Schroeder Swim Team, no estado de Wisconsin.


Em termos de infraestrutura, o clube da capital mineira já oferecia a seus atletas um nível competitivo com as melhores universidades americanas e centros de treinamento europeus, fator esse que Betts afirma ter sido a principal razão para ter aceitado o convite, em entrevista concedida à Revista do Minas. O que faltava ainda, para revolucionar a natação do clube, era a introdução de uma filosofia mais rígida e intensa. Sob seu comando, a equipe principal passou a realizar treinos diários das 16h50 às 19h30, além de treinos de 1h30 nas madrugadas das terças e quintas-feiras. Aos sábados, mais dois horários de treinos, um primeiro às 8h e um segundo às 16h. O ex-técnico da equipe do Minas, Ronaldo Celso, que foi auxiliar de Betts, contou, em entrevista a essa matéria, que a metodologia do americano foi realmente um choque inicialmente para a equipe. “Ele chegou e adotou uma postura do ‘American Way’ … uma coisa muito rígida, tanto no treinamento quanto na alimentação. Não podia faltar, não podia reclamar de dor … e em termos de mentalidade, ele quis passar aquela ideia competitiva de ser o número um, ser o melhor, e todo mundo comprou a ideia.”


Betts treinando a equipe do Minas para o Troféu Brasil, em 1987. Fonte: Acervo do MTC.


O impacto foi imediato. A equipe, então chamada Minas-Cotia, devido ao patrocínio da Cotia Trading, conquistou o vice-campeonato inédito do Troféu José Finkel, o campeonato brasileiro de inverno, apenas 2 meses depois da chegada de Betts. Liderado por uma jovem Patrícia Amorim (que décadas mais tarde seria presidente do clube), a equipe campeã do Flamengo contava com uma superioridade numérica em relação ao MTC, que levou apenas 19 atletas para a competição.


Entre os principais resultados dos “montanheses”, estiveram o ouro e bronze nos 200m borboleta masculino, conquistados por Custódio Ribeiro e Marcus Mattioli, respectivamente; o ouro no revezamento 4x200m livre masculino; e o ouro no 100m borboleta feminino de Débora Reis. Com a conquista, Débora se tornou a única representante mineira nos Jogos Pan-americanos de Indianápolis daquele ano. Ela participou da competição nadando os 100m e 200m borboleta, além do revezamento 4x100m medley.


Alguns meses depois, em janeiro de 1988, o clube conquistou o primeiro título brasileiro, no campeonato de verão disputado em Curitiba. E a conquista não poderia ter vindo de forma mais dramática. O marcador final colocou o Flamengo com 1.425 pontos, enquanto o Minas marcou 30 pontos a menos, com 1.395. O tamanho da diferença pode ser mensurado pela distância para o terceiro colocado, o Vasco da Gama, que terminou com 580 pontos. No entanto, um detalhe fez com que o MTC entrasse com recurso no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), no CND (Conselho Nacional de Desportos) e na CBN (Confederação Brasileira de Natação), solicitando a revisão da contagem. O principal nadador do Flamengo, Cristiano Michelena, havia se transferido do Clube Golfinho, do Paraná, para o rubro-negro, há apenas 3 meses, falhando em cumprir o período de estágio de 6 meses que determinava a legislação. Michelena marcou, sozinho, 100 pontos para o Flamengo. Os resultados foram declarados “sob judice” por quase 2 meses, quando o STJD votou contrário ao mandato que validava a presença de Michelena no troféu, e a decisão foi confirmada pelo CND. O Minas acabou com uma hegemonia de 8 anos do Flamengo e coroou a revolução iniciada por Steve Betts com a maior conquista da história do clube.


Reportagem do Estado de Minas que confirma o título do Troféu Brasil de 1988 ao Minas Tênis Clube. Fonte: Acervo do MTC


SUCESSÃO DE STEVE BETTS E SOBERANIA DA DÉCADA DE 90


Em março de 1988, Betts encerra sua carreira como treinador no Minas. Com seu contrato chegando ao fim, ele optou por não renovar, sendo a não adaptação de sua esposa, Don Betts, a capital mineira, um dos fatores que pesaram na decisão, de acordo com artigo do “Diário da Tarde”. Antes de sair, Steve ainda comandou a seleção brasileira ao título sul-americano de 1988, em Medellín, que contava com 7 atletas do Minas.


A competição marcou não só o 22º título para a seleção brasileira, mas algumas das principais conquistas individuais de atletas minas-tenistas. Foi o caso de Paulo Fernando Almeida, que voltou com duas medalhas de ouro, nos 800m e 1500m livre, além de duas pratas nos revezamentos; e também Beatriz Lage, de apenas 13 anos, medalhista de ouro nos 800m livre e no revezamento 4x200m livre, e prata nos 1500m livre.


O clima festivo que esperava os atletas de volta a Belo Horizonte logo se transformou em melancolia. O Minas preparava ainda uma festa para comemorar o título brasileiro inédito conquistado 2 meses antes. Conforme noticiado no “Diário da Tarde”, no dia 31/03/1988, quando Betts reuniu os atletas para uma despedida surpresa, e o diretor técnico José Tomás traduziu o anúncio, apenas o veterano Marcus Mattioli segurou o choro. Mattioli, que tinha um papel de liderança na equipe, foi responsável por transmitir o agradecimento e respeito que os nadadores tinham por Betts, e motivar a equipe a honrar o trabalho feito.

O treinador americano já havia comunicado sua decisão para a diretoria há algum tempo, e participou do processo de busca por um sucessor enquanto ainda treinava o grupo rumo às conquistas obtidas. Após análise de mais de 50 currículos e algumas recusas, o diretor José Tomás contratou Brad Hering, que estava trabalhando em um dos principais centros de natação dos EUA, na Califórnia. Brad foi nadador olímpico pela seleção americana, especialista do nado borboleta, e tinha passagens como técnico na Arizona State University, universidade que algumas décadas depois teria Bob Bowman como técnico, o homem por trás das 23 medalhas de ouro olímpicas de Michael Phelps.

Brad foi anunciado logo após ao fim da reunião com os nadadores. Mattioli, em seu recado ao grupo, também destacou a importância de receberem com braços abertos o novo técnico.

“O importante agora é darmos continuidade ao trabalho, treinando muito e obedecendo suas instruções, como sempre fizemos com Steve. Tenho certeza de que Steve ficará muito triste se tiver notícias lá dos Estados Unidos, de que o seu trabalho não teve continuidade e que o Minas não está mais lutando pelos títulos brasileiros”. – disse o medalhista olímpico, na reunião que foi acompanhada por jornalistas do “Diário da Tarde”. Brad chegou ao Minas com uma tarefa difícil, defender o título de campeão brasileiro e manter os atletas preparados e motivados para a seletiva olímpica, que aconteceria apenas uma semana após sua chegada, no Parque Aquático Júlio Delamare, no Rio de Janeiro. O evento marcava a segunda tentativa para que os atletas atingissem as marcas fixadas pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), sendo que a primeira havia sido o sul-americano. Depois disso, os atletas ainda teriam uma nova chance em maio, e uma outra em agosto. Essa última reservada apenas aos cinco nadadores que estivessem mais próximos de conquistar o tempo necessário.

Finalizadas as seletivas, o Minas chegou ao fim do período de tentativas com três atletas classificados para os jogos, um recorde para o clube, que nunca havia enviado mais de 1 nadador por Olimpíada. Os nomes selecionados foram Vladimir Ribeiro, Mônica Resende e Emmanuel Nascimento. O feito foi uma colaboração do trabalho de Betts e Hering, bem como, é claro, da dedicação dos atletas.

Brad ficou a frente da equipe pelo mesmo tempo que seu antecessor, um ano. Durante o período, o americano deixou claro que não queria comparações entre seu trabalho com o de Betts. As diferenças na filosofia de treinamento ficaram evidentes nos primeiros treinos. Enquanto Betts tinha a alta metragem e intervalos curtos como principais focos, Brad se preocupava muito com a parte técnica, a posição dentro da água, viradas, saídas e os mínimos detalhes no estilo de cada um.


"O Brad já tinha uma cultura bem diferente do Steve ... veio com uma filosofia mais 'laissez faire', sabe assim? Cada um faz o que quer ... um negócio excessivamente democrático. Mas era um cara muito carismático; aliás quando fui buscá-lo no aeroporto eu achei que tava chegando um surfista, com bermuda, aquelas camisas coloridas, faltou só a prancha." - brinca Ronaldo Celso sobre a personalidade do novo técnico do MTC e as diferenças em relação ao antecessor. Ronaldo foi assistente técnico de ambos os treinadores.


Matéria sobre Brad Hering no Diário de Minas, em 1988. Fonte: Acervo do MTC

Antes de deixar o clube, em 1989, Hering entregou mais um troféu inédito ao MTC, repetindo a façanha de seu compatriota. Dessa vez, a conquista veio no campeonato brasileiro de inverno, o Troféu José Finkel, em 1988. No ano seguinte, a diretoria do Minas optou por não renovar o contrato do treinador após não conseguir assegurar o bicampeonato do Troféu Brasil. Segundo Rodrigo Monteiro, então diretor de natação, a escolha foi justificada por uma mudança de filosofia, em que o clube preferia ver um treinador brasileiro no comando da equipe, porém sem descreditar o trabalho revolucionário iniciado com Steve Betts. “Não menosprezando os que passaram por aqui ... os dois realizaram um bom trabalho, trouxeram muitas inovações e até ensinaram os nossos técnicos. Mas esses estrangeiros dão muito trabalho, principalmente nas viagens para o exterior.”, disse Rodrigo ao jornal “Hoje em Dia”, em fevereiro de 1989.

Como substituto, o paulista Reinaldo Dias assumiu o cargo. Com uma equipe repleta de talento, o patrocínio renovado um ano antes com a Cotia e uma infraestrutura de primeira, Reinaldo não escondeu seu entusiasmo ao ser contratado. Em entrevista ao “Estado de Minas”, em fevereiro de 1989, logo após chegar em BH, ele disse:

“O que estou vendo aqui me encanta e me dá uma alegria muito grande. Estamos na baixa temporada da natação e o Minas parece estar vivendo um clima de competição ... Tudo que eu imaginava em minha cabeça para chegar em um clube e fazer um trabalho de alto nível encontrei aqui. Não falta nada.”

Reinaldo, em suas próprias palavras, foi um nadador modesto, nas equipes da AABB e do Corinthians em São Paulo, mas conseguiu encontrar seu lugar como técnico na natação. Seus principais trabalhos ocorreram no Clube do Golfinho, no Paraná, e no Grêmio Náutico União, do Rio Grande do Sul. Durante esse tempo, o treinador trabalhou com nomes relevantes na natação brasileira, como Cristiano Michelena e Rogério Romero, único nadador do país a conseguir uma vaga nas finais nos Jogos Olímpicos de Seul.

Uma das primeiras missões do paulista foi justamente reforçar a equipe masculina do MTC, recrutando alguns de seus ex-atletas dos clubes em que passou. Um mês após o início de treinos, Reinaldo trouxe 5 novos nadadores, dentre eles os gaúchos Daniel e Ricardo Sperb. O grupo feminino, segundo ele, já era o melhor e mais completo do Brasil.

Em termos de trabalho, a prática aplicada não era muito distante do que pregava o antecessor americano Brad Hering: técnica também vinha em primeiro lugar. Os resultados foram colhidos ao longo de toda a década de 1990. Embora o trabalho dos americanos tenha colocado a natação minas-tenista nos holofotes, foi Reinaldo Dias que instaurou um período de dominância e consistência no clube, auxiliado, é claro, por uma maior longevidade em relação aos seus antecessores. Durante os anos que se sucederam, o MTC conquistou 5 títulos do Troféu Brasil e cinco títulos do Troféu José Finkel, entre 1990 até 1998.

SÉCULO XXI E A RIVALIDADE COM O PINHEIROS

O início do século foi marcado pela reascenção dos cariocas no cenário nacional da natação. Entre 1999 e 2001, o Vasco subiu no lugar mais alto do pódio no Troféu Maria Lenk 3 vezes seguidas, marcando as únicas conquistas do clube na história da competição, além de terem se sagrado campeões por duas vezes no Troféu José Finkel, em 1999 e 2000. O Flamengo também carimbou títulos de campeão, em 2001 e 2002 no Finkel, e 2002 no Maria Lenk.

A partir daí, o Esporte Clube Pinheiros deu início a um período de dominância que igualou o octacampeonato conquistado pelo Flamengo na década de 1980. Foram 8 títulos do Troféu José Finkel e 8 títulos do Troféu Maria Lenk, entre 2003 e 2010. Foi apenas em 2011, 14 anos após o título de 1997, que o Minas retomou seu lugar como maior clube de natação do Brasil. Após ter ficado com o vice-campeonato em 2010, o MTC se beneficiou das contratações de atletas internacionais para disputarem os campeonatos brasileiros. Na 51ª edição do Maria Lenk, as campeãs olímpicas Kirsty Coventry e Rebecca Soni integraram a delegação minastenista em busca de reconquistar o título. O resultado, com dois nomes históricos na natação mundial e da época, não foi inesperado; o Minas venceu a competição com 2.775 pontos, acabando com a hegemonia do Pinheiros, que ficou em segundo e com mais de 800 pontos atrás. Coventry ganhou o troféu eficiência na competição, somando 345 pontos, enquanto Soni ficou em terceiro na briga, com 258 pontos. A equipe do Minas ainda contava com brasileiros que se destacaram, entre eles, Joanna Maranhão, Fabíola Molina, Nicolas Oliveira e Felipe Lima, todos esses atletas olímpicos.


Kirsty Coventry palestrando para as categorias de base do Minas Tênis Clube, em 2011. Fonte: Acervo do MTC


A moda dos estrangeiros pegou. No ano seguinte, Pinheiros, Corinthians, Flamengo, Minas, Unisanta e Fluminense todos contavam com estrangeiros em seus elencos. A edição ficou marcada como uma das mais equilibradas da história da competição, com o Flamengo se sagrando campeão. A classificação final marcou: 1. Flamengo (2.152 pontos); 2. Pinheiros (2.070 pontos); 3. Corinthians (1.939 pontos); e 4. Minas Tênis Clube (1.812 pontos).


O Minas voltou a ser campeão da competição no ano seguinte. Liderados pela holandesa Friederike Heemskerk, os nadadores do Minas estiveram a frente do início ao fim, deixando o Pinheiros na segunda colocação. O próximo e último título veio em 2020, ano da pandemia do coronavírus. Além dos 3 títulos do Troféu Maria Lenk, o MTC garantiu ainda, no século XXI, 7 vezes a conquista do Troféu José Finkel, incluindo um pentacampeonato entre 2011 e 2015.


Último título do Troféu Maria Lenk conquistado pelo Minas Tênis Clube, em 2020. Fonte: Sátiro Sodré


Apesar de ser impossível dissociar a história da natação em Belo Horizonte com o desenvolvimento do Minas Tênis Clube, é preciso mencionar clubes relevantes do esporte na cidade, como os já citados Mackenzie Esporte Clube e Olympico Club, que até hoje brigam pelo posto de segundo melhor programa de natação da cidade; além dos históricos Esporte Clube Ginástico, Jaraguá Country Club e Albatroz Centro Esportivo. Junto com o MTC, esses 5 representam os 6 clubes da capital filiados à Federação Aquática Mineira (FAM), e todos contam com mais de 50 anos de história.


Vale destacar também os clubes pioneiros, como Clube Atlético Mineiro e América Futebol Clube, que tiveram os primeiros programas de natação de Belo Horizonte, mas que perderam força no esporte ao longo dos anos.



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